Como repassar o Seguro no valor do frete?
Assim como a maioria dos produtos e serviços, o custo final de um transporte de cargas é composto por diversas variáveis, que influenciam diretamente em seu valor. Dentre essas variáveis destacam-se manutenção, pedágios, pneus, combustíveis e despesas para proteção das cargas.
Um deles é o seguro e hoje falaremos sobre como repassar o seguro no valor do frete, ao dono da mercadoria.
Mas afinal, o transportador pode repassar o seguro ao dono das mercadorias?
Sim, não apenas pode, como deve.
É comum que o transportador rodoviário, ao elaborar sua planilha de custo de frete, inclua as despesas que terá que arcar para proteger as mercadorias que estejam sob sua responsabilidade.
Uma das principais formas de evitar prejuízos e de garantir a responsabilidade assumida perante os donos das mercadorias, é a contratação de seguros. Vale lembrar que o seguro de RCTR-C, que cobre acidentes, é inclusive de contratação obrigatória para o transportador.
Por esse motivo, numa atividade tão competitiva como o transporte, se torna cada vez mais importante que o transportador negocie bem com seu corretor/seguradora suas taxas de seguro, afim de não onerar demais o frete e perder competitividade.
Em outras palavras, quanto melhor for seu custo de seguro, menor será o repasse no frete, o que vai proporcionar uma maior competitividade.
Ad Valorem, o que isso significa?
O processo de repassar ao embarcador (dono da mercadoria) as despesas de seguro, recebe o nome de Ad valorem ou frete valor.
Além das despesas com o seguro que a transportadora deve pagar diretamente à seguradora, através de faturas mensais.
O transportador pode incluir também no Ad valorem, o custo do Gerenciamento de Riscos, pago à uma gerenciadora de riscos, pelos serviços de rastreamento e monitoramento, escolta armada, utilização de outras tecnologias, dentre outras providencias para reduzir os riscos, principalmente o de roubo de cargas.
Vale ressaltar que embora o seguro de RCF-DC (cobre roubo/desaparecimento), não seja de contratação obrigatória, qualquer transportadora que se preocupa com sua saúde financeira e tranquilidade para seus clientes, não deixa de contrata-lo.
Em resumo, este seguro que também compõe o Advalorem, não é obrigatório por lei, mas na maioria das vezes, extremamente necessário.
Que fatores influenciam? Como calcular o Ad-Valorem?
Existem diversos fatores que definem o custo final do Ad-valorem. Normalmente o seguro de RCTR-C é definido por uma tabela de taxas praticado pela seguradora, que varia de acordo com o percurso, logo a distância e duração da viagem tem fundamental importância na composição do custo.
Já no caso do seguro de roubo, normalmente a taxa é fixa na apólice, o que facilita estabelecer um percentual dessa cobrança.
Por último, destaca-se o custo com o gerenciamento de riscos, também conhecimento como GRIS, que assim como no seguro de RCTR-C varia de acordo com o percurso, duração da viagem, valor e natureza das mercadorias transportadas.
Importante deixar claro que GRIS e Ad valorem não são a mesma coisa. O GRIS pode ser um dos componentes do Ad-valorem.
Uma vez definidos esses parâmetros, o próximo passo é partir para o cálculo do Ad-valorem, que acaba sendo muito simples. O resultado desse calculo é o que você irá repassar o seguro no frete.
O valor das mercadorias transportadas (constante da nota fiscal do embarcador), servirá sempre de base para o cálculo, que devem ser multiplicadas pelas taxas do:
- Seguro de RCTR-C (obrigatório)
- Seguro de RCF-DC (Facultativo, porém indispensável)
- GRIS – Gerenciamento de Riscos.
Algumas transportadoras para facilitar o cálculo, parametrizam seus sistemas de forma que os três fatores acima resultem numa taxa única.
Importante o transportador ficar atento para não repassar para o embarcador um custo maior que o realmente pago por ele, uma vez que tal pratica além de poder ser considerada ilegal, poderá deixar seu custo de frete mais caro que a média de seus concorrentes, fazendo com isso que sua empresa se torne sem competitividade no mercado, que por si só já é tão competitivo.